O que você verá neste post
Nas anotações acadêmicas de 21/10/2024 falaremos sobre as Teorias Sociológicas do Crime e Controle Social. A aula explorou questões essenciais para o entendimento das raízes e do controle do crime, abordando o papel do controle social, as teorias sociológicas e as influências culturais no comportamento desviante.
Neste artigo, vamos organizar e expandir os principais pontos discutidos, destacando as contribuições de pensadores que moldaram a criminologia moderna.
Controle Social
O controle social é uma ferramenta fundamental para a manutenção da ordem e a prevenção de comportamentos desviantes. Ele pode ser dividido em dois tipos:
Controle formal: Exercido por instituições como o sistema de justiça, polícia e sistema penitenciário, o controle formal utiliza leis e sanções para regular o comportamento social e garantir a conformidade.
Controle informal: Esse tipo de controle é exercido por meio de normas e valores compartilhados dentro de instituições como família, escolas e comunidades. Embora não seja coercitivo, ele é essencial para a internalização de padrões de comportamento.
Esses dois tipos de controle trabalham juntos para promover a ordem e a estabilidade, sendo cruciais para a prevenção do crime e a reintegração de indivíduos que apresentam comportamento desviante.
Teorias Sociológicas do Crime
As teorias sociológicas do crime são divididas em dois grupos principais:
Teorias de Consenso: Partem da ideia de que as normas sociais refletem um acordo coletivo sobre o que é aceitável e o que é desviado. A sociedade, segundo essa visão, funciona como um organismo em busca de harmonia e equilíbrio.
Teorias de Conflito: Defendem que as normas sociais refletem os interesses de grupos dominantes, que utilizam o poder para impor suas regras e controlar os grupos marginalizados. O crime, nesse contexto, pode ser visto como uma resposta às desigualdades de poder e recursos.
Escola de Chicago e Ecologia Humana
A Escola de Chicago foi pioneira em explorar a relação entre o ambiente urbano e o comportamento humano. Surgida no início do século XX, no Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago, essa escola de pensamento destacou como as condições urbanas influenciam a criminalidade.
Robert E. Park foi um dos principais teóricos da Ecologia Humana, sugerindo que o entorno urbano molda as ações e o comportamento dos indivíduos.
A ideia de que “a cidade faz o crime” sugere que, ao analisar áreas de trabalho, moradia e lazer, é possível entender melhor os níveis de criminalidade e os padrões de desvio social em diferentes zonas urbanas.
Teoria da Associação Diferencial
Edwin Sutherland, com sua Teoria da Associação Diferencial, propôs que o crime é um comportamento aprendido através das interações sociais. Ele contestou a ideia de que o crime é um fenômeno exclusivo das classes desfavorecidas, introduzindo o conceito de “crime do colarinho branco” para destacar os desvios nas classes mais altas.
Segundo Sutherland, o comportamento criminoso se origina nas relações sociais, onde as pessoas aprendem técnicas e motivações para cometer crimes.
Teoria da Anomia e Metas Culturais
A Teoria da Anomia é um conceito desenvolvido inicialmente por Émile Durkheim e adaptado por Robert Merton. Durkheim usou o termo “anomia” para descrever um estado de falta de normas ou leis, onde há uma ausência de regras que orientem o comportamento dos indivíduos.
Segundo essa visão, em uma sociedade sem leis ou com normas desestruturadas, as pessoas podem sentir-se perdidas ou desconectadas, o que pode levar ao comportamento desviante.
Robert Merton expandiu essa ideia ao relacioná-la com a pressão exercida pelas metas culturais. Ele observou que, em uma sociedade que valoriza o sucesso e o consumo material, indivíduos que não têm meios legítimos para alcançar esses objetivos podem recorrer ao crime como uma forma de realizar as expectativas sociais.
Para Merton, a anomia representa não só a falta de leis ou normas claras, mas também um descompasso entre os objetivos culturalmente valorizados e os meios acessíveis para alcançá-los.
Assim, a anomia se manifesta tanto pela ausência de um sistema normativo claro quanto pela pressão para atingir metas culturais inalcançáveis, o que aumenta o potencial de comportamentos desviantes.
Conclusão
As teorias abordadas na aula de 21/10/2024 oferecem uma visão ampla e profunda das causas sociais do crime. Desde a influência do ambiente urbano até a pressão das metas culturais, esses conceitos são fundamentais para entender o comportamento desviado em contextos contemporâneos.
Através da perspectiva sociológica, a criminologia se expande para além do indivíduo, integrando o ambiente e as estruturas sociais na análise criminológica.