Anotações Acadêmicas de 16/09/2024: Princípios Fundamentais nas Relações Internacionais e Direitos Fundamentais

Neste artigo das Anotações Acadêmicas de 16/09/2024, exploramos os princípios fundamentais que orientam as relações internacionais do Brasil, conforme o Art. 4º da Constituição, e a Teoria Geral dos Direitos Fundamentais, abrangendo conceitos como direitos, garantias e destinatários dos direitos fundamentais.
Anotações Acadêmicas de 16-09-2024

O que você verá neste post

As Anotações Acadêmicas de 16/09/2024 trazem uma análise dos princípios que norteiam as relações internacionais do Brasil, conforme o Art. 4º da Constituição Federal, além de uma introdução à Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. Esses temas são essenciais para entender como o Brasil se posiciona no cenário global e protege os direitos humanos.

Introdução

Na aula de 16/09/2024, exploramos dois temas centrais para o Direito Constitucional: os princípios que orientam as relações internacionais do Brasil, conforme estabelecidos no Art. 4º da Constituição Federal de 1988, e uma introdução à Teoria Geral dos Direitos Fundamentais.

Esses princípios e direitos formam a base sobre a qual a República Federativa do Brasil se relaciona com outros Estados e protege a dignidade humana.

Princípios Fundamentais nas Relações Internacionais (Art. 4º da CF/1988)

O Artigo 4º da Constituição Federal delineia os princípios que regem a atuação do Brasil no cenário internacional. Esses princípios são essenciais para manter a coerência da política externa com os valores defendidos internamente pela Constituição.

Detalhamento dos Princípios

Art. 4º – A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I – Independência Nacional: O Brasil deve agir de forma independente e soberana, tomando decisões que atendam aos seus interesses sem subordinação a outros Estados.

II – Prevalência dos Direitos Humanos: A política externa do Brasil prioriza o respeito aos direitos humanos, refletindo um compromisso com a proteção da dignidade humana em todas as suas formas.

III – Autodeterminação dos Povos: O Brasil reconhece e respeita a autonomia de outras nações, defendendo o direito de cada povo de se autogovernar sem interferência externa.

IV – Não-Intervenção: Este princípio estabelece que o Brasil não deve interferir nos assuntos internos de outros Estados, mantendo a soberania e a independência de cada nação.

V – Igualdade entre os Estados: O Brasil reconhece a igualdade jurídica entre todos os Estados, atuando em pé de igualdade nas relações internacionais.

VI – Defesa da Paz: A defesa da paz é um compromisso do Brasil, que apoia a resolução pacífica de conflitos e a promoção da harmonia entre os povos.

VII – Solução Pacífica dos Conflitos: O Brasil busca resolver disputas por meio do diálogo e da diplomacia, recorrendo a ações militares apenas em situações extremas.

VIII – Repúdio ao Terrorismo e ao Racismo: O Brasil condena todas as formas de terrorismo e discriminação, alinhando-se aos esforços globais para promover a paz e o respeito aos direitos humanos.

IX – Cooperação entre os Povos para o Progresso da Humanidade: O Brasil promove a colaboração com outras nações para alcançar o progresso comum, fomentando a solidariedade e o desenvolvimento conjunto.

X – Concessão de Asilo Político: O Brasil oferece proteção a indivíduos perseguidos politicamente, concedendo asilo a aqueles que buscam refúgio contra a opressão em seus países de origem.

Comentários do Professor

O professor ressaltou que alguns desses princípios são redundantes. Por exemplo, os itens Independência Nacional, Autodeterminação dos Povos, Não-Intervenção, e Igualdade entre os Estados poderiam ser condensados em um único princípio, já que todos versam sobre a soberania e autonomia dos Estados.

Da mesma forma, os princípios de Defesa da Paz e Solução Pacífica dos Conflitos poderiam ser unificados, uma vez que ambos enfatizam a resolução pacífica das disputas.

Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

Os Direitos Fundamentais são direitos essenciais para a dignidade humana, protegidos e reconhecidos pela Constituição. Já as Garantias Fundamentais são os mecanismos que asseguram a efetivação desses direitos.

Conceitos Básicos

  • Direitos Fundamentais: São direitos essenciais para a existência e a dignidade da pessoa humana. Estão previstos de forma expressa ou implícita ao longo de toda a Constituição, especialmente entre os Artigos 5º e 17.

  • Garantias Fundamentais: São meios e instrumentos que asseguram a proteção e o exercício efetivo dos Direitos Fundamentais, garantindo que esses direitos sejam respeitados e protegidos.

Destinatários dos Direitos Fundamentais

Os direitos fundamentais não se restringem apenas aos cidadãos brasileiros. Eles se aplicam a:

  • Brasileiros (natos e naturalizados): Cidadãos com nacionalidade brasileira têm seus direitos fundamentais assegurados.
  • Estrangeiros residentes ou de passagem: A proteção dos direitos fundamentais também é estendida aos estrangeiros, independentemente de estarem no Brasil permanentemente ou temporariamente.
  • Pessoas físicas e jurídicas: Além dos indivíduos, pessoas jurídicas também têm certos direitos fundamentais reconhecidos na medida em que se aplicam à sua natureza.

Teoria dos 4 Status de Georg Jellinek

Georg Jellinek propôs uma classificação para os direitos fundamentais, dividindo-os em quatro status com base na relação entre o indivíduo e o Estado:

  1. Status Subjetivo Passivo: Indivíduos estão sujeitos ao poder absoluto do Estado, sem proteção de direitos fundamentais. Exemplo: Regimes absolutistas.

  2. Status Subjetivo Negativo: Refere-se à proteção dos direitos civis e políticos, como o direito à vida e à liberdade, onde o Estado se abstém de interferir.

  3. Status Subjetivo Positivo: Aqui, o Estado assume um papel ativo na promoção dos direitos sociais, como saúde e educação, fornecendo os meios para uma vida digna.

  4. Status Subjetivo Ativo: Indivíduos têm participação ativa na vida política, influenciando as decisões e políticas públicas do Estado.

Dimensões dos Direitos Fundamentais

A evolução dos direitos fundamentais é dividida em diferentes dimensões ou gerações, que se somam para ampliar a proteção dos direitos humanos:

Primeira Dimensão: Liberdade

Focada nos direitos civis e políticos, como liberdade de expressão e propriedade. Corresponde ao status negativo de Jellinek, com a não intervenção do Estado nas liberdades individuais.

Segunda Dimensão: Igualdade

Inclui direitos sociais, econômicos e culturais, como educação, saúde e trabalho. Relaciona-se ao status positivo de Jellinek, onde o Estado atua para garantir a igualdade e o bem-estar social.

Terceira Dimensão: Fraternidade

Surge após a Segunda Guerra Mundial, abarcando direitos coletivos e difusos, como o direito à paz e ao meio ambiente. Reflete a solidariedade e a cooperação entre os povos.

Quarta Dimensão: Avanços Tecnológicos e Científicos

Refere-se aos direitos relacionados aos avanços da ciência e tecnologia no século XXI, como a proteção de dados pessoais e bioética. Busca disciplinar o uso ético das novas tecnologias para proteger a dignidade humana.

Considerações Finais

Os princípios que regem as relações internacionais do Brasil e a teoria geral dos direitos fundamentais são pilares essenciais para a compreensão do papel do Estado na garantia dos direitos humanos e na promoção da paz e da cooperação global.

O aprofundamento nesses temas revela a importância de um Estado que respeite sua soberania e, ao mesmo tempo, promova os valores universais da dignidade humana.

Gostou do conteúdo?
Então, convidamos você a conhecer mais! Acesse nossa página inicial e descubra tudo o que temos a oferecer. Visite agora e veja por si mesmo!
Compartilhe
Mais posts
Critérios de Criminalização
Como Condutas se Tornam Crime: Entenda os Critérios de Criminalização

A criminalização de condutas não ocorre por acaso. Para que algo seja considerado crime, é necessário atender a critérios como incidência massiva, impacto aflitivo, persistência espaço-temporal e consenso social inequívoco. Esses elementos ajudam a moldar as leis e políticas criminais, refletindo os valores de uma sociedade em constante transformação.

Anotações acadêmicas de 14-11-2024
Anotações acadêmicas de 14/11/2024: Lei Penal no Tempo e Espaço, Princípios e Iter Criminis

As anotações acadêmicas de 14/11/2024 abordam temas fundamentais do Direito Penal, como a aplicação da lei no tempo e espaço, teorias de retroatividade, abolitio criminis, territorialidade, extraterritorialidade, e o iter criminis. Esses conceitos são essenciais para a compreensão da legislação penal brasileira e visam garantir a segurança jurídica e a proteção dos direitos fundamentais no sistema penal.

Anotações Acadêmicas de 13-11-2024
Anotações Acadêmicas de 13/11/2024: Hermenêutica e Argumentação Jurídica

Este artigo explora as anotações acadêmicas da aula de 13/11/2024, abordando temas centrais em hermenêutica e argumentação jurídica, incluindo interpretação jurídica, distinção entre normas (regras e princípios), e os métodos de persuasão (logos, ethos e pathos). Conheça a importância de cada um desses conceitos na aplicação do Direito.

Anotações Acadêmicas de 11-11-2024
Anotações Acadêmicas de 11/11/2024: Continuação dos Princípios do Direito Penal

As anotações acadêmicas de 11/11/2024 exploram conceitos essenciais do Direito Penal e Criminologia, incluindo os princípios da intervenção mínima, fragmentariedade, humanidade das penas e insignificância. Este artigo oferece uma análise detalhada dos fundamentos penais que visam proteger bens jurídicos essenciais e limitar o poder punitivo do Estado.

Anotações Acadêmicas de 06-11-2024
Anotações Acadêmicas de 06/11/2024: Técnicas de Argumentação Jurídica

Nesta aula de Argumentação Jurídica de 06/11/2024, exploramos técnicas essenciais para a construção de argumentos sólidos no contexto jurídico. Aprofundamos o uso da lógica formal e material, bem como a importância da credibilidade e do apelo emocional para o convencimento. Conheça os fundamentos de uma comunicação eficaz no direito.

Anotações Acadêmicas de 21-10-2024
Anotações Acadêmicas de 21/10/2024: Teorias Sociológicas do Crime

Na aula de Criminologia de 21/10/2024, foram abordadas as teorias sociológicas do crime, com foco nas teorias de consenso e conflito, além de uma análise do controle social e do impacto urbano na criminalidade. Através da Escola de Chicago, exploramos como o ambiente molda a conduta humana, e pela Teoria da Anomia, refletimos sobre os valores dominantes e as metas culturais que influenciam o comportamento delinquente.

Anotações Acadêmicas de 17-10-2024
Anotações Acadêmicas de 17/10/2024: Criminologia com Revisão de Conteúdo

Na aula de Criminologia de 17/10/2024, revisamos conceitos fundamentais da disciplina, como a evolução da criminologia, as classificações de vítimas e as síndromes associadas à vitimologia. Discutimos também o papel do controle social, tanto formal quanto informal, na manutenção da ordem e na prevenção de comportamentos desviantes.

Anotações Acadêmicas de 24-10-2024
Anotações Acadêmicas de 24/10/2024: Teorias Sociológicas e Abordagens Críticas na Criminologia

Na aula de Criminologia de 24/10/2024, foram discutidas diversas teorias que analisam o crime sob diferentes perspectivas, incluindo a Teoria Ecológica, que explora a influência do ambiente urbano na criminalidade, e o Labelling Approach, que destaca o impacto do etiquetamento social sobre os indivíduos. Essas teorias oferecem uma visão crítica e complexa do comportamento desviante e da função das penas.

Anotações Acadêmicas de 23-09-2024
Anotações Acadêmicas de 23/09/2024: Direitos e Garantias Fundamentais

Neste artigo, abordamos os principais pontos das anotações acadêmicas de 23/09/2024, com foco nos direitos e deveres fundamentais previstos no artigo 5º da Constituição Federal de 1988. Exploramos o direito à vida, à liberdade, à integridade física e moral, assim como temas como aborto, eutanásia e o exercício profissional. Esses direitos são cruciais para o entendimento do funcionamento do Estado Democrático de Direito.

Envie-nos uma mensagem