O que você verá neste post
Saber o que é considerado crime no Brasil é fundamental para compreender os limites impostos pela lei e os direitos que protegem cada cidadão. Este conhecimento não apenas evita problemas legais, mas também contribui para uma convivência mais harmoniosa em sociedade.
Introdução
Você já se perguntou o que é crime e como ele é definido no Brasil? Saber o que configura uma conduta criminosa não apenas nos mantém informados sobre nossos direitos e deveres, mas também ajuda a construir uma sociedade mais justa.
No Brasil, o conceito de crime está ancorado em critérios rigorosos estabelecidos pelo Código Penal. Não se trata apenas de um ato moralmente condenável, mas de um comportamento que infringe a lei e causa dano a um bem jurídico protegido.
Portanto, entender essas definições é essencial para evitar problemas legais e para conhecer os limites impostos pela legislação.
Assim, este artigo detalhará o que é considerado crime, as classificações legais, exemplos práticos de condutas criminosas, as consequências jurídicas e as formas de prevenir a criminalidade.
Conhecer o Direito Penal é uma forma de exercer cidadania.
Continue lendo e descubra tudo sobre o tema!
O que é considerado crime no Brasil?
No Direito Penal brasileiro, um crime é definido como uma conduta humana que viola a lei penal e é considerada típica, ilícita e culpável. Esses três elementos são fundamentais para que uma ação ou omissão seja reconhecida como crime.
- Conduta típica: O comportamento deve estar previsto em lei. Por exemplo, o ato de “subtrair coisa alheia móvel para si ou para outrem” é descrito no artigo 155 do Código Penal como furto.
- Conduta ilícita: Significa que não há justificativa legal para o ato. Por exemplo, matar alguém em legítima defesa não configura crime, pois a lei ampara essa conduta.
- Conduta culpável: Refere-se à responsabilidade do agente, que pode ter agido de forma dolosa (intencional) ou culposa (por negligência, imprudência ou imperícia).
Um exemplo prático para ilustrar esses elementos é o caso de uma pessoa que, por negligência, provoca um acidente de trânsito que resulta em morte. Embora ela não tenha tido a intenção de matar (dolo), sua ação imprudente pode configurar homicídio culposo (artigo 121, parágrafo 3º, do Código Penal).
Além disso, o princípio da legalidade penal determina que:
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.”
Assim, isso significa que um ato só pode ser considerado crime se estiver previamente descrito na legislação.
Classificação dos crimes no Brasil
Os crimes são classificados de acordo com o bem jurídico protegido e com a gravidade das condutas. As principais categorias incluem:
1. Crimes contra a pessoa
Essa categoria protege direitos fundamentais como a vida, a integridade física e a dignidade. Exemplos incluem:
Homicídio (artigo 121 do Código Penal)
Consiste em tirar a vida de outra pessoa. Pode ser doloso (intencional), culposo (não intencional) ou qualificado (com agravantes, como crueldade).
- Homicídio doloso: Quando há intenção de matar ou quando o autor assume o risco de causar a morte. Exemplo: O caso de Eliza Samudio, morta em 2010, envolvendo o goleiro Bruno Fernandes, é um exemplo de homicídio doloso planejado, com agravantes como ocultação de cadáver.
- Homicídio culposo: Quando a morte ocorre sem intenção, por imprudência, negligência ou imperícia. Exemplo: Acidentes de trânsito com vítimas fatais frequentemente resultam em processos por homicídio culposo, como o caso envolvendo um motorista que dirigia embriagado e atropelou um ciclista em 2014, em São Paulo.
- Homicídio qualificado: Envolve circunstâncias que tornam o crime mais grave, como motivo fútil, emprego de tortura ou meio que dificulte a defesa da vítima. Exemplo: O assassinato de Marielle Franco, em 2018, que teve características de execução, com motivação política e uso de emboscada.
Lesão corporal (artigo 129)
A lesão corporal é definida como o ato de ofender a integridade física ou a saúde de outra pessoa. Pode ser:
- Leve: Quando os danos não causam grandes prejuízos. Exemplo: Um empurrão que resulta em hematomas durante uma briga de bar.
- Grave: Quando resulta em incapacidade para o trabalho por mais de 30 dias, perda ou inutilização de membro ou risco de vida. Exemplo: Em 2019, um caso de lesão grave ocorreu em São Paulo, quando um segurança espancou um cliente em um supermercado, deixando-o hospitalizado por semanas.
- Gravíssima: Quando causa deformidade permanente, perda de função vital ou morte. Exemplo: O caso de agressão com ácido, que causou deformidades permanentes em uma vítima em 2017, em Campinas.
As penas para lesão corporal aumentam se houver violência doméstica ou familiar, como nos casos previstos pela Lei Maria da Penha.
Infanticídio (Art. 123 do Código Penal)
Infanticídio é o ato de uma mãe matar seu próprio filho recém-nascido, sob influência do estado puerperal (alterações psicológicas e emocionais decorrentes do parto).
Exemplo: Um caso amplamente noticiado ocorreu em 2015, quando uma jovem mãe em Minas Gerais confessou ter cometido infanticídio logo após o parto, alegando desespero e desequilíbrio emocional.
Esse crime é tratado com penas mais brandas do que o homicídio comum, devido às condições emocionais específicas da mãe.
Aborto (Arts. 124 a 128 do Código Penal)
O aborto consiste na interrupção da gravidez, e sua prática é crime no Brasil, salvo em exceções previstas por lei, como:
- Gravidez decorrente de estupro.
- Risco de vida para a gestante.
- Casos de anencefalia (decisão judicial).
Exemplo: Em 2020, o caso de uma criança de 10 anos, que engravidou após ser abusada, reacendeu o debate sobre o aborto legal no Brasil, já que ela teve autorização judicial para realizar o procedimento.
Nos casos não autorizados, o aborto é penalizado tanto para quem realiza quanto para quem consente.
Crimes contra a honra (artigos 138 a 140)
Os crimes contra a honra protegem a reputação e a dignidade das pessoas. As três principais modalidades são:
- Calúnia: Imputar falsamente um crime a alguém. Exemplo: Acusar uma pessoa publicamente de cometer roubo sem qualquer evidência concreta.
- Difamação: Atribuir fatos ofensivos à reputação de alguém, mesmo que sejam verdadeiros. Exemplo: Um ex-funcionário de uma empresa espalhar informações prejudiciais sobre a vida privada de um ex-colega nas redes sociais.
- Injúria: Ofender diretamente a dignidade ou o decoro de alguém, como insultos racistas. Exemplo: Em 2021, uma mulher foi condenada em São Paulo por injúria racial após insultar um entregador com termos pejorativos.
Esses crimes são comuns nas relações interpessoais e têm ganhado relevância com a expansão do uso das redes sociais, onde ataques e ofensas frequentemente geram processos judiciais.
2. Crimes contra o patrimônio
Os crimes contra o patrimônio são aqueles que violam o direito de posse, propriedade ou uso de bens materiais e financeiros. Eles afetam diretamente a segurança econômica de indivíduos, empresas e até mesmo do poder público, sendo um dos tipos de crimes mais comuns no Brasil.
Abaixo, exploramos os principais crimes contra o patrimônio previstos no Código Penal.
Furto (Art. 155 do Código Penal)
O furto ocorre quando alguém subtrai, para si ou para outra pessoa, um bem alheio, sem o uso de violência ou grave ameaça. É considerado um dos crimes mais simples contra o patrimônio, mas sua prática pode causar grande impacto, especialmente para vítimas de baixa renda.
Exemplo: Um caso frequente é o furto de celulares em locais movimentados, como shows ou transportes públicos. Em 2022, foi registrado um aumento significativo desse crime em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
Modalidades de furto
- Furto simples: Subtração sem agravantes, como pegar um objeto de dentro de um carro destrancado.
- Furto qualificado: Envolve circunstâncias agravantes, como o uso de arrombamento, chave falsa ou ação de mais de uma pessoa. Exemplo: O furto de caixas eletrônicos usando explosivos, comum em cidades pequenas, é considerado furto qualificado devido ao uso de artifícios perigosos.
Roubo (Art. 157 do Código Penal)
O roubo é uma evolução do furto, pois envolve o uso de violência ou grave ameaça contra a vítima. É um crime considerado mais grave, pois coloca a integridade física ou psicológica da pessoa em risco.
Exemplo: Em 2023, um assalto a um motorista de aplicativo em Belo Horizonte terminou com a vítima ferida, ilustrando como o uso de violência é central nesse tipo de crime.
Modalidades de roubo
- Roubo simples: Quando a violência ou ameaça é direta, como assaltar uma pessoa na rua usando uma faca.
- Roubo qualificado: Quando envolve agravantes, como o uso de arma de fogo ou sequestro da vítima. Exemplo: O roubo a bancos, onde os assaltantes mantêm reféns, é um exemplo clássico de roubo qualificado.
Extorsão (Art. 158 do Código Penal)
A extorsão ocorre quando alguém, mediante violência ou grave ameaça, obriga outra pessoa a fazer, tolerar ou deixar de fazer algo, com o objetivo de obter vantagem indevida.
Exemplo: Casos de “sequestro relâmpago” são comuns no Brasil. Nesse tipo de extorsão, os criminosos obrigam a vítima a sacar dinheiro ou realizar transferências via aplicativos bancários.
Extorsão mediante sequestro (Art. 159)
Esse crime é uma variação grave da extorsão, onde a vítima é mantida em cativeiro até que um resgate seja pago. Exemplo: O caso do sequestro do publicitário Washington Olivetto em 2001 é um exemplo emblemático no Brasil, envolvendo um esquema complexo e organizado.
Estelionato (Art. 171 do Código Penal)
O estelionato é um crime contra o patrimônio que consiste em obter vantagem ilícita em prejuízo alheio, por meio de fraude ou engano.
Exemplo: Golpes financeiros pela internet, como falsos investimentos em criptomoedas, têm se tornado cada vez mais comuns. Em 2022, foi desmantelado um esquema que causou prejuízo de milhões de reais a investidores em todo o país.
Modalidades modernas de estelionato
- Golpe do Pix: Criminosos se passam por conhecidos da vítima para solicitar transferências.
- Venda de produtos falsos ou inexistentes online: Onde a vítima paga por algo que nunca é entregue.
Dano (Art. 163 do Código Penal)
O crime de dano ocorre quando alguém destrói, inutiliza ou deteriora um bem alheio. Embora seja um crime menos grave, pode gerar prejuízos consideráveis.
Exemplo: Um exemplo clássico é o vandalismo em transportes públicos, como depredações de ônibus ou metrôs durante protestos ou eventos esportivos.
Modalidades de dano
- Dano simples: Atinge bens privados ou públicos sem justificativa relevante.
- Dano qualificado: Envolve circunstâncias como motivação por vingança ou destruição de bens de interesse público. Exemplo: Em 2021, a destruição de estátuas e prédios históricos durante protestos foi amplamente debatida como dano qualificado.
Apropriação Indébita (Art. 168 do Código Penal)
Na apropriação indébita, alguém se apropria de algo que foi confiado legalmente, mas que não lhe pertence. Exemplo: Um funcionário que retém indevidamente valores de uma empresa para uso pessoal.
Esse crime é comum em relações de confiança, como em transações financeiras ou negócios que envolvam bens de terceiros.
3. Crimes contra a sociedade
Os crimes contra a sociedade têm uma relevância particular porque não atingem diretamente um indivíduo, mas sim a coletividade. Eles estão previstos no Código Penal e em legislações específicas, como leis ambientais e de combate às drogas.
Vamos detalhar os principais tipos, suas características legais e exemplos reais.
Tráfico de Drogas (Lei 11.343/2006)
O tráfico de drogas é uma das infrações mais graves contra a sociedade. Ele envolve a produção, transporte, distribuição e comercialização ilegal de substâncias entorpecentes.
- Exemplo: A Operação Lava Jato, além de desvelar esquemas de corrupção, trouxe à tona ligações de grupos políticos e empresariais com o tráfico internacional de drogas.
- Impacto social: O tráfico alimenta a violência urbana, fomenta organizações criminosas e prejudica o desenvolvimento de comunidades carentes.
Modalidades associadas ao tráfico
- Associação para o tráfico: Quando duas ou mais pessoas se organizam para cometer esse crime.
- Financiamento ao tráfico: Envolve o fornecimento de recursos para atividades ilícitas relacionadas a drogas.
- Tráfico internacional: O transporte de drogas entre países, muitas vezes vinculado a cartéis internacionais.
Corrupção (Arts. 317 e 333 do Código Penal)
A corrupção ocorre quando há solicitação, oferta ou aceitação de vantagem indevida para influenciar decisões públicas ou privadas. É um crime que mina a confiança da sociedade nas instituições e desvia recursos destinados ao bem comum.
Exemplo: A Operação Lava Jato revelou esquemas bilionários de propina envolvendo empresas como Petrobras e Odebrecht, impactando diretamente os cofres públicos e projetos essenciais para a sociedade.
Corrupção ativa e passiva:
- Ativa: Quando alguém oferece ou promete vantagem indevida (ex.: subornar um agente público).
- Passiva: Quando o agente público solicita ou aceita a vantagem (ex.: um policial exigindo propina em uma blitz).
Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998)
Os crimes ambientais prejudicam o equilíbrio ecológico e afetam a qualidade de vida da população, comprometendo recursos naturais para as gerações atuais e futuras.
Exemplo: O rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, em 2015, causou o maior desastre ambiental do Brasil, contaminando rios, destruindo ecossistemas e desabrigando milhares de pessoas.
Principais crimes ambientais:
- Desmatamento ilegal.
- Poluição de rios e mares.
- Caça e comércio de animais silvestres.
- Exploração de recursos minerais sem licenciamento.
A legislação brasileira prevê multas e penas privativas de liberdade para os responsáveis, além de ações civis públicas para reparação dos danos.
Lavagem de Dinheiro (Lei 9.613/1998)
A lavagem de dinheiro é o processo de ocultar a origem ilícita de recursos financeiros, tornando-os aparentemente legais. Esse crime está frequentemente associado a organizações criminosas, tráfico de drogas e corrupção.
Exemplo: João Santana, ex-marqueteiro político, foi condenado por envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro relacionados ao financiamento irregular de campanhas eleitorais.
Impacto na sociedade: A lavagem de dinheiro desvia recursos que poderiam ser investidos em saúde, educação e infraestrutura.
Crimes Contra a Saúde Pública
Esses crimes colocam em risco o bem-estar coletivo, especialmente em situações de emergência sanitária. Alguns exemplos incluem:
- Falsificação de medicamentos (Art. 273 do Código Penal): Produção ou venda de remédios adulterados. Exemplo: Em 2019, uma operação da Polícia Federal desarticulou uma quadrilha que vendia medicamentos falsificados para doenças graves como câncer.
- Infração de medida sanitária preventiva (Art. 268): Descumprir normas estabelecidas para conter pandemias ou surtos. Exemplo: Durante a pandemia de COVID-19, várias pessoas foram autuadas por organizar eventos clandestinos, violando regras de distanciamento social.
Crimes Contra a Ordem Econômica (Lei 8.137/1990)
Esses crimes prejudicam o equilíbrio do mercado e a economia como um todo. Entre as práticas mais comuns estão:
- Cartel: Acordos entre empresas para fixar preços ou restringir a concorrência. Exemplo: Em 2014, um esquema de cartel envolvendo grandes empreiteiras foi identificado em contratos de obras públicas, como estádios da Copa do Mundo.
- Sonegação fiscal: Deixar de pagar impostos devidos, causando prejuízo aos cofres públicos. Exemplo: Empresários que omitem receitas para reduzir o pagamento de tributos.
Organizações Criminosas (Lei 12.850/2013)
O crime de integrar ou organizar grupos criminosos tem como objetivo desmantelar redes de tráfico de drogas, contrabando, roubo de cargas e outros crimes.
Exemplo: Facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital) são alvo constante de operações policiais devido à sua atuação em atividades ilícitas e ao controle de territórios em comunidades.
Consequências de cometer um crime
As consequências de cometer um crime no Brasil variam de acordo com a gravidade da infração, as circunstâncias em que foi cometida e o histórico do infrator.
Essas penalidades são determinadas pelo Código Penal Brasileiro e por legislações específicas, com o objetivo de punir, ressocializar e prevenir novas infrações.
Vamos explorar as principais consequências e como elas impactam a vida dos condenados e a sociedade.
1. Penas privativas de liberdade
A prisão pode ser aplicada em três regimes diferentes:
Regime fechado
O condenado cumpre a pena em um presídio, sem direito de sair para trabalhar ou estudar. É destinado a crimes graves, como homicídio doloso qualificado, estupro ou tráfico de drogas em grande escala.
Exemplo: Assassinos condenados no caso do assassinato de Marielle Franco cumprem pena em regime fechado devido à gravidade e premeditação do crime.
Regime Semiaberto
Permite ao condenado trabalhar ou estudar durante o dia, retornando ao presídio à noite. Geralmente utilizado para crimes de menor gravidade ou para condenados que já cumpriram parte da pena em regime fechado.
Regime Aberto
O condenado pode cumprir a pena em casa ou em casas de albergado, com restrições como não sair à noite. Aplicado para condenados com penas leves, como pequenos furtos.
Progressão de Regime
A legislação brasileira permite a progressão de regime, em que o preso, ao cumprir parte da pena com bom comportamento, pode passar de um regime mais severo para um mais brando.
Exemplo: Um condenado por roubo a mão armada pode começar no regime fechado e progredir para o semiaberto após cumprir 2/5 da pena, caso seja primário.
2. Penas Restritivas de Direitos
Essas penas são alternativas à prisão e são aplicadas em casos de menor gravidade, com o objetivo de ressocializar o condenado. Exemplos incluem:
- Prestação de serviços à comunidade: O condenado realiza trabalhos em instituições públicas ou ONGs. Exemplo: Um jovem condenado por pichação pode ser sentenciado a limpar prédios públicos ou realizar tarefas em parques municipais.
- Restrição de direitos: O condenado perde temporariamente o direito de exercer determinada profissão ou ocupar cargos públicos. Exemplo: Um médico que realiza procedimentos ilegais pode ter o registro profissional suspenso.
- Limitação de fim de semana: O condenado deve comparecer a um local determinado pelo juiz, como delegacias ou centros de ressocialização, durante finais de semana.
Essas penas buscam evitar o encarceramento excessivo e reduzir a superlotação no sistema penitenciário.
2. Multas
As multas são frequentemente aplicadas em crimes financeiros ou ambientais. Seu valor é calculado com base no prejuízo causado e nas condições econômicas do condenado.
As multas são sanções pecuniárias impostas como punição. Elas podem ser aplicadas de forma isolada ou em conjunto com outras penas, dependendo do crime cometido.
Cálculo: A multa é fixada em dias-multa, cujo valor é definido pelo juiz com base na gravidade do crime e na capacidade econômica do condenado.
Exemplo: Um empresário condenado por crime ambiental pode ser multado em milhões de reais, além de ser obrigado a reparar os danos causados.
Como evitar práticas criminosas?
A prevenção ao crime é uma tarefa complexa, mas essencial. Ela envolve educação, políticas públicas e participação comunitária.
1. Educação e conscientização
Campanhas de conscientização sobre ética, cidadania e direitos humanos são fundamentais. O ensino básico pode incluir disciplinas sobre convivência social e legalidade. Um exemplo prático é o programa Proerd, que ensina crianças e adolescentes sobre os perigos das drogas e da violência.
2. Políticas públicas
Investimentos em segurança, urbanização e geração de emprego são estratégias eficazes. Um exemplo bem-sucedido foi a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em comunidades do Rio de Janeiro, que reduziram temporariamente os índices de violência.
3. Participação da sociedade
Iniciativas de ONGs e movimentos comunitários, como o Instituto Sou da Paz, desempenham um papel importante na prevenção da criminalidade, promovendo projetos culturais, educativos e esportivos.
Conclusão
Entender o que é considerado crime no Brasil vai além de conhecer as normas do Código Penal. Este artigo mostrou como o Direito Penal é estruturado, os diferentes tipos de crimes, as penas aplicáveis e como ações preventivas podem reduzir os índices de criminalidade.
Exercer a cidadania é conhecer e respeitar as leis. Por isso, estude seus direitos e deveres, contribuindo para uma sociedade mais justa e pacífica. Ao conhecer melhor o sistema penal, você estará mais preparado para agir de forma consciente e evitar problemas legais.