O que você verá neste post
Introdução
A sustentabilidade deixou de ser uma tendência e passou a ser uma exigência concreta para o setor público. ODS e Licitações Sustentáveis tornaram-se ferramentas indispensáveis para governos que buscam transformar a realidade das cidades brasileiras com justiça social, eficiência e responsabilidade ambiental.
Cada vez mais, conceitos como desenvolvimento sustentável, gestão participativa e governança climática ocupam o centro do debate jurídico e institucional. No entanto, o grande desafio é tirar essas ideias do papel e incorporá-las nas práticas cotidianas da administração pública.
É nesse contexto que a Agenda 2030 das Nações Unidas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ganham protagonismo. Para os municípios — onde a vida cotidiana acontece —, a adoção de políticas sustentáveis passa não apenas por visão estratégica, mas por mecanismos práticos, como as compras públicas.
Ao adotar critérios sociais e ambientais nas contratações, os entes públicos fortalecem o desenvolvimento local, atraem investimentos, promovem inclusão e reduzem desigualdades. E, quando aliados à participação cidadã e ao apoio de instituições como o PNUD e o FMDV, esses esforços tornam-se ainda mais efetivos.
Promover ODS e Licitações Sustentáveis é mais do que uma obrigação legal — é um caminho possível, necessário e transformador.
O que são os ODS e por que importam para o setor público?

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos pela ONU em 2015. Eles reúnem 17 metas globais que vão da erradicação da pobreza à promoção de cidades e comunidades sustentáveis, como o ODS 11.
O Brasil, como signatário dessa agenda, assumiu compromissos até 2030 e tem atuado ativamente para integrá-los às políticas públicas. Um exemplo recente foi a proposta brasileira para criação de um novo ODS voltado à igualdade étnico-racial, apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 78ª Assembleia da ONU.
Na prática, os ODS exigem o envolvimento direto dos entes públicos — e os municípios têm papel central nessa transformação. Afinal, é na cidade que a vida acontece: onde se vive, se trabalha, se estuda e se busca qualidade de vida.
Licitações sustentáveis: instrumento jurídico para atingir os ODS
Você sabia que as licitações representam cerca de 15% do PIB nacional? Esse número revela o potencial transformador que as compras públicas sustentáveis podem exercer sobre o desenvolvimento do país.
A Lei nº 14.133/2021, conhecida como a Nova Lei de Licitações, incorpora dispositivos que fortalecem essa visão:
- Art. 5º, XII: A licitação buscará o desenvolvimento nacional sustentável.
- Art. 11, §1º: Adotar práticas sustentáveis na definição do objeto.
- Art. 144: Permite a inserção de critérios de desempenho sustentável.
Exemplos práticos de aplicação:
- Priorização de empresas locais.
- Uso de materiais recicláveis e logística reversa.
- Inclusão produtiva e acessibilidade.
- Redução de impactos ambientais nos contratos públicos.
Esses critérios, quando bem aplicados, tornam-se instrumentos jurídicos eficazes para alinhar o Direito Administrativo à sustentabilidade, promovendo soluções locais com impactos globais.
O Programa Cidades Sustentáveis: apoio para ações locais

O Programa Cidades Sustentáveis (PCS) oferece às gestões municipais um conjunto de ferramentas e indicadores que facilitam a implementação da Agenda 2030 em nível local.
São mais de 260 indicadores relacionados aos ODS, que auxiliam no planejamento estratégico, no monitoramento de resultados e na elaboração de políticas públicas alinhadas às metas globais.
Ao aderir ao PCS, a prefeitura passa a contar com:
- Apoio técnico especializado.
- Acesso a boas práticas e experiências internacionais.
- Maior facilidade para obter financiamentos sustentáveis.
Ou seja, trata-se de um verdadeiro impulsionador da transformação urbana, conectando o município a uma rede de cidades comprometidas com o futuro.
Sociedade civil: participação ativa é essencial para o sucesso

Nenhuma transformação sustentável acontece sem o envolvimento das pessoas. A implementação eficaz dos ODS depende diretamente da participação cidadã.
Organizações da sociedade civil, universidades, movimentos sociais e cidadãos engajados desempenham um papel fundamental ao:
- Fiscalizar a execução dos ODS.
- Participar de conselhos, fóruns e conferências municipais.
- Cobrar licitações mais sustentáveis e obras com impacto social.
- Propor soluções inovadoras baseadas na realidade local.
Quando a gestão pública caminha junto com a sociedade, os projetos ganham legitimidade, transparência e efetividade.
Investimentos sustentáveis e acesso ao financiamento internacional
Compromissos concretos com os ODS também aumentam a credibilidade dos municípios perante investidores e instituições financeiras — tanto nacionais quanto internacionais.
Hoje, diversos projetos sustentáveis são financiados por bancos e fundos que buscam apoiar:
- Empreendimentos de impacto social e ambiental.
- Infraestrutura urbana verde.
- Iniciativas de modernização dos serviços públicos.
- Pequenos negócios locais com soluções inovadoras.
O Fundo Mundial para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV) é um dos principais instrumentos nesse processo. Ele trabalha diretamente com prefeituras, apoiando a estruturação de projetos e ampliando o acesso a fontes de financiamento.
O papel estratégico do PNUD no Brasil

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é uma peça-chave na promoção da Agenda 2030, especialmente no apoio aos governos locais.
No contexto brasileiro, o PNUD tem colaborado com estados e municípios por meio de:
- Apoio técnico e institucional.
- Ferramentas para monitoramento dos ODS.
- Capacitação de gestores públicos.
- Apoio na estruturação de projetos para captação de recursos.
Essa atuação fortalece a autonomia das prefeituras e potencializa o alcance das metas, criando ambientes urbanos mais justos, resilientes e inovadores.
Conclusão
Portanto, construir cidades sustentáveis não é apenas um ideal — é uma necessidade. E essa responsabilidade é coletiva.
A administração pública tem em mãos instrumentos poderosos, como os ODS e licitações sustentáveis, para promover transformações concretas. Mas é essencial que a sociedade civil esteja engajada, participando, fiscalizando e propondo soluções reais.
Com programas como o Cidades Sustentáveis, o apoio do PNUD e o financiamento de mecanismos como o FMDV, é possível mudar a realidade local e construir um futuro mais justo, equilibrado e eficiente.
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